Muito se fala sobre a cárie dental, que é a doença bucal mais comum no mundo, porém nos últimos anos vem se notando uma queda no número de pacientes com cáries, isso acontece devido a fluoretação das redes de abastecimento e o uso regular de dentifrícios com flúor, que ajudam na remineralização do esmalte dental.
Porém o foco desse artigo são as doenças gengivais e periodontais, que estão logo abaixo das cáries como as doenças que mais atingem a população em geral. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 75% dos brasileiros acima dos 25 anos têm algum problema com a gengiva, isso realmente é um problema pouco explorado e o diagnóstico nem sempre é feito de forma correta. Por isso iremos descrever as principais formas de doença gengival e periodontal para esclarecer as verdades e mitos sobre essa doença que atinge grande parte da população.
A forma mais branda da doença periodontal, é a gengivite, que se caracteriza pelo acúmulo de placa bacteriana, que são microrganismos específicos que conseguem ter uma aderência sobre a superfície dental, e caso não sejam removidos diariamente com uma boa higienização bucal, esses microrganismos começam a se proliferar e essa placa bacteriana afeta o tecido gengival causando sangramento gengival, mau hálito e se não tratado podendo evoluir para uma doença mais severa e com perdas irreparáveis.
O tratamento de gengivite consiste em remoção dessa placa bacteriana e orientação de higiene bucal ao paciente, dessa forma consegue-se restabelecer a saúde gengival, portanto a gengivite é considerada como uma doença reversível.
Já a doença a periodontite crônica, é a evolução da gengivite que não foi tratada, ou tratada de forma não correta, nada mais é do que o acúmulo de placa bacteriana na margem gengival com maior poder de destruição, ou seja, esses microrganismos bacterianos vão se organizando em um complexo meio que dão origem ao cálculo ou tártaro. Essas estruturas já estão muito bem organizadas e endurecidas, e com o passar do tempo essas bactérias vão caminhando em direção a raiz do dente com uma adesão extremamente forte. Desta maneira a doença já instalada, a destruição dos tecidos que protegem e sustentam os dentes nas arcadas é inevitável, tecidos tais como: osso, ligamento periodontal (articulação entre os dentes e o osso), cemento (tecido que recobre a raiz do dente) e tecido gengival. Todas essas estruturas vão sendo degradadas a ponto de casos mais severos ocorrer o amolecimento dos dentes e a remoção desse elemento dental seja necessário. O que difere uma doença periodontal inicial, moderada ou severa, é o quanto essas bactérias danificaram o complexo periodontal e cada caso deve ser examinado individualmente e o tratamento realizado o mais rápido possível.
Para conseguir controlar essa periodontite, é necessário muito comprometimento por parte do paciente, que colabore com o tratamento, realizando um ótimo controle de placa e os procedimentos de raspagem devem ser feitos em consultório através de profissional especializado conseguindo remover os cálculos mais profundos e promovendo o alisamento e polimento das superfícies afetadas. Em casos mais severos é necessário o acesso cirúrgico, que nada mais é do que o afastamento da gengiva em sítios mais profundos para conseguir ter acesso a essas bactérias.
Palavras-chave: Gengiva; gengivite; periodontite; perda óssea; mobildade dental; raspagem; cirurgião dentista; Poços de Caldas.